ALEMANHAEUROPA

10 Peculiaridades do dia-a-dia do povo alemão

Quando saímos do nosso país de origem e chegamos em outro é inevitável a comparação feita entre ambos, afinal, de repente, deixamos para trás coisas familiares ao qual estávamos acostumados, e novas rotinas tomam conta de nossas vidas. É assim quando estamos simplesmente passeando, e mais ainda quando nos mudamos para outra cidade.

Nos primeiros dias como moradores da cidade de Berlim, Tiago e eu já fomos reparando em curiosidades e diferenças consideráveis em relação ao nosso Brasil. A maioria nos deixou encantados pela eficiência e organização, algumas outras nos deixaram incrédulos e, algumas vezes, até críticos.

Segue então tópicos com as maiores curiosidades e diferenças que encontramos ao morar em Berlim:

1) Os metrôs alemães

Pontuais, bem cuidados, climatizados e suas linhas percorrem toda a cidade. Um exemplo de meio de transporte que contribui (e muito) para um alívio nas ruas. Os metrôs de Berlim são tão eficientes que muitos alemães utilizam esse meio de transporte para ir ao trabalho todos os dias.

Os carros particulares possuem preferência mais em situações que envolvam compras em supermercados, e outras que signifiquem carregar um maior volume de objetos. Tanto é assim que, morando três meses por lá, não chegamos a ver congestionamento pelas ruas, nem mesmo em horários de pico.

2) Atravessar a rua

Quando se vive na Alemanha (não só em Berlim, como também em outras cidades), logo nota-se que os alemães atravessam a rua na faixa de pedestre, e somente quando o sinal de pedestres está aberto. Não tem essa mania que nós temos de atravessar correndo na frente dos carros, e em local não indicado para a travessia.

A educação predomina por lá, e eles chegam a fazer cara feia para os apressadinhos que insistem em atravessar a rua em momento inoportuno. Foi até um hábito que Tiago e eu adquirimos, trazendo inclusive para o Brasil. Hoje achamos estranho ver pessoas que atravessam a rua driblando carros, além de não fazermos mais isso.

3) Faixa de ciclistas

Faixa de ciclistas

Outra coisa que aprendemos por lá é que o governo da cidade de Berlim dá muito valor aos ciclistas. O fato de a cidade ser praticamente plana já é um convite para esse esporte gostoso e saudável, imaginem então toda uma estrutura que facilite ainda mais?

Por toda a cidade, o número de ciclistas é enorme. Inclusive no jardim do prédio onde morávamos havia um local para “estacionamento” das bicicletas, e é assim em todos os estabelecimentos. Há em todo lugar também locais que alugam bicicletas. É uma grande vantagem que os moradores de Berlim possuem, pois além de não enfrentarem trânsito, mantêm um hábito saudável em seu dia-a-dia.

Pois bem, por toda a cidade, na calçada, mais próximo da rua, há uma faixa vermelha que é a faixa dos ciclistas. Esse pedaço é deles, portanto não se atreva a andar ali. É sério. Para quem não está acostumado com isso, aquela faixa está na calçada, então faz parte do que pertence aos pedestres, certo?

Errado! Várias vezes, no início da nossa permanência por lá, bicicletas já tocaram o sino para mim, me mandando sair da frente.

Eles tocam o sino como se fosse uma buzina mesmo, já que as bicicletas vêm equipadas com um sininho, justamente para chamar a atenção dos “invasores da faixa vermelha”. E se o pedestre não sair rapidinho, é perigoso até haver um atropelamento, porque os ciclistas têm aquela faixa definitivamente como sendo deles.

Aconteceu de eu, distraidamente, invadir a faixa várias vezes, até me acostumar. Sorte que não cheguei a ser atropelada.

4) Venda de Jornais

Vocês sabem como os jornais são vendidos na Alemanha? No Brasil não daria certo, mas lá é o seguinte: os jornais ficam dentro de caixas de acrílico, com uma tampinha. Você chega, deposita o dinheiro equivalente ao preço do jornal em outra caixinha menor, abre a tampa e retira seu jornal.

A tampa não tem cadeado, não está trancada, e não tem ninguém por ali vigiando. É o comprador e sua consciência. Os alemães têm certeza de que você vai pegar somente o número de jornais de acordo com a quantia depositada. É assim, para eles não tem porquê ser de outra forma.

5) Tickets de ônibus e metrô

Tickets de ônibus e metrô

A coisa funciona mais ou menos como ocorre com os jornais, quando se vai andar de ônibus ou de metrô. A máquina de tickets está lá para você comprar. Então os alemães têm certeza de que você vai comprar o ticket, validá-lo na máquina ao lado, e andar o correspondente ao tempo de uso que você comprou.

Sem catracas, sem trocador. De vez em quando aparece um fiscal dentro dos metrôs abordando as pessoas e pedindo o ticket.

Em três meses morando lá, devem ter nos abordado umas quatro vezes, no máximo. E meu amigo, se você estiver dando um de espertinho, tomará uma multa de aproximadamente 40 euros. Um ticket para você andar 2 horas custa 2,30 euros. Vale à pena pagar e andar tranqüilo, certo?

6) Tanque de lavar roupas

Se você pretende morar na Alemanha, já fique sabendo que alemães não possuem tanque de lavar roupa em suas casas. Eu passei um pouco de aperto com isso, porque queria esfregar roupas mais sensíveis, lavar panos e tudo o mais. Minha amiga que mora lá disse logo nos primeiros dias que os alemães se viram muito bem com as máquinas de lavar roupas e com as banheiras que têm nos banheiros.

Qualquer roupa que deve ser lavada, os alemães colocam na máquina. Resolvi testar, morrendo de medo de estragar alguma roupa ou de desbotar, mas nada aconteceu.

As máquinas realmente possuem comandos para lavar qualquer tipo de roupa, e isso me deixou maravilhada. Portanto, não se preocupem e podem confiar nas máquinas de lavar roupas de lá.

7) Cachorros na Alemanha

Cachorros na Alemanha

Alemães adoram cachorros. Lá você os vê por toda parte, inclusive dentro de estabelecimentos: shoppings, padarias, restaurantes, lojas e metrôs. Mas não é em qualquer vagão de metrô que se pode andar com seu cãozinho, já que há um específico para isso. Divertia-me ao andar de metrô e me deparar com cachorros de todos os tamanhos lá dentro.

A Alemanha tem regras rígidas com relação a ter um cachorro. Antes de decidir ter um, é preciso comprovar na prefeitura que se tem renda e condições para cuidar dele, de sua alimentação, saúde e asseio. E é justamente por isso que não vimos um cachorro sequer abandonado pela cidade e mal cuidado. É um verdadeiro exemplo a ser seguido, pois cachorros de rua podem inclusive transmitir doenças.

8) Assoar o nariz

O clima predominante na Alemanha é frio, todos sabem. E vou dizer que mesmo se protegendo bem com agasalhos, a respiração ainda sofre com os ventos e o ar frios. O nariz escorre mesmo. Não é à toa que, na grande maioria das lojas, há pacotinhos de lenços de papel sendo vendidos.

Tem que ter um, senão é perigoso passar vergonha. Aqui no Brasil assoar nariz na frente dos outros é falta de educação, e até te olham feio por isso. Na Alemanha é o contrário: assoar o nariz é tão normal e cotidiano, que fazem isso no metrô, nas salas de aula, nos supermercados, e onde mais for.

É questão de não ficar com nariz escorrendo, e alemão detesta “fungação”, é extremamente irritante para eles. Então não olhe feio para um alemão se ele assoar o nariz ao seu lado, enquanto esperam para atravessar a rua. Eu custei a conseguir fazer isso sem ser no banheiro, mas no final nos damos conta de que é preciso.

9) Lixeiras

Logo no primeiro dia de passeio pelas ruas, notamos algo que nos deixou muito intrigados: muitas pessoas, ao passar por lixeiras, colocavam a cabeça dentro delas e depois saíam andando tranquilamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Vimos inclusive pessoas usando terno fazendo isso. Claro que a curiosidade só aumentou, até tirarmos a dúvida com nossa amiga Andrea, moradora da cidade.

Ela disse que eles estavam à procura de Pfand (traduzindo, significa literalmente “penhor”, mas é o nome dado a garrafas e latas que são recicladas em máquinas automáticas, e que geram retorno financeiro por isso. Essa história de Pfand mexeu tanto com a gente, que vai virar um texto à parte, para todos entenderem nosso fascínio quanto essa prática do povo alemão).

10) Troco de 1 centavo

Aqui no Brasil é impossível nos lembrar da última vez em que pegamos em uma moeda de um centavo, certo? Isso porque se a conta deu, por exemplo, R$2,99, e você paga com R$3,00, a caixa te dá a notinha e chama o próximo. Troco de 1 centavo aqui não existe. Lá na Alemanha existe. Nunca deixamos de receber 1 centavo de troco. E descobrimos que, no fim das contas, elas fazem falta sim.

E você, já esteve ou está na Alemanha? Tem algo que gostaria de comentar ou alguma outra curiosidade que você reparou e não está na lista? Compartilhe conosco nos comentários!

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